Trabalho vs Emprego

Não me posso queixar de falta de trabalho.
Desde que mudei de emprego, tenho andado bastante ocupado. Passei mesmo por momentos de exaustão, tendo trabalhado uma média de 60h semanais e em que a maioria dos fins-de-semana eram igualmente passados a trabalhar.
Sobrevivi. Sobrevivi porque apesar de toda esta pressão, mantive-me sempre motivado pois tenho aprendido com esta experiência e há boas perspectivas para mim nesta equipa/departamento/instituição. Já tive a minha avaliação. Tive um feedback muito bom e a confirmação de boas perspectivas.
Tudo parecia estar a correr bem...
Há pouco tempo saíram umas notícias em que referiam que a (minha) chafarica ia despedir uns milhares de colaboradores. É a crise... parece que a put@ da crise afecta mesmo toda a gente, mais cedo ou mais tarde, directa ou indirectamente. Ainda assim, não fiquei minimamente preocupado. Primeiro porque trabalho nos serviços centrais, enquanto que os primeiros despedimentos ocorreram worldwide (como quem diz - algures por esse mundo fora, longe de mim). Segundo, não é que me ache imprescindível nesta instituição (ninguém o é), mas temos andado tão apertados de trabalho (ainda a recuperar da recente perda) que nunca me passou pela cabeça que a minha posição pudesse estar em perigo.
Mas está! Acontece que com tanto trabalho, esqueci-me de um pormenor de GRANDE importância... quando uma instituição é forçada a despedir alguns dos seus colaboradores, por onde é que começa? Pelos externos, passando depois aos temporários... pois é, estou (ainda) sob um contracto de um ano! Só agora somei 1+1. Na altura da minha contratação, foi-me dito que esta era uma norma interna aplicável a qualquer novo colaborador. Quem sou eu para objectar tal norma. Afinal fui enganado pois isso era igualmente negociável.
Fui então falar com a minha chefe, expor-lhe o caso e dizer-lhe que se está de facto agradada com o meu trabalho que me passe imediatamente aos quadros! Ela acedeu de imediato tendo ficado surpresa com a minha situação contratual.
Enfim, receio que esta medida possa pecar por ser tardia... agora só descanso quando autografar o "novo" contracto!
Trabalho não me falta, já emprego... a ver vamos!